
Uma perspectiva jurídico-canônica sobre os direitos e deveres dos cristãos na participação ativa na política para o bem comum
Nosso objetivo com este artigo é analisar a necessidade e a razão de ser da participação dos fiéis na perspectiva da fé na política e na reelaboração da constituição. Nela identificamos os elementos fundamentais, as formas representacionais e as participações, buscando compreender como esses elementos interferem na militância de libertação do povo do ponto de vista do Magistério da Igreja e da Doutrina Social da Igreja. Assim, para mostrar que a política, embora haja poucos bons exemplos de quem a exerce, não há dúvida de que, em essência, é um bem para todos. Sim, porque a política é, originalmente, um modo de pensar e viver em sociedade, com um objetivo saudável e comunitário, ou seja, o bem da pessoa humana em sociedade, o bem comum (JOÃO XXIII, Pacem in terris, 54; Gaudium et spes, 26). Portanto, na política, não importa a diversidade de pensamentos ou posições, o que importa é o objetivo para o bem comum. É por isso que já foi dito que a política é a coexistência saudável de pensamentos/manifestações contrárias. O importante é que sempre surja em nós o desejo de um bem, uma exigência de valorização do outro, como pessoa humana, imagem e semelhança de Deus (catecismo da Igreja Católica, 1700). Este trabalho fundamenta-se na teoria das Representações Sociais desde a fé social e política cristã presente naquela sociedade e na vida e prática dos políticos. Assim, é possível verificar se a representação político-social da fé é um elemento constitutivo do bem comum e da dignidade da pessoa humana, a da política na fé.