
Justiça e dignidade humana a partir da Campanha da Fraternidade da CNBB no século XX e o papel das comunidades intermediárias
É uma realidade inesquecível que hoje, em todo o mundo, a credibilidade e o nível de confiança nas instituições decisórias sejam mínimos. Cada pessoa vive e anima o espaço da pluralidade e nele afirma com força e determinação sua própria identidade singular que, no entrelaçamento universal das relações, se torna identidade universal. O desafio da pluralidade ou do pluralismo reside em saber apreender o sentido de se relacionar, do diálogo exigente que recompõe a diversidade e se abre a resultados de verdade e novidade em um espaço de comunidade real. Superar as tentações excludentes e isolacionistas que a imunidade sugere abrirá o desafio construtivo do reconhecimento autêntico entre as diversidades, de modo que ninguém possa ser excluído, mas cada um seja proporcional ao outro. Isso pode ser considerado uma grande certeza ao olhar para o mundo de hoje, para não dizer para toda a história humana. Portanto, a justiça acaba sendo parte dos valores sociais, morais e democráticos e, portanto, de sua importância. Dessa forma, espera-se que cada indivíduo cumpra as normas ou leis sociais estabelecidas e contribua efetivamente para a manutenção de um ambiente harmonioso. Neste projeto, a preocupação central foi investigar a existência de critérios justos para o bem comum, e também a existência ou não de certo equilíbrio entre a prática eclesiástica e laica, a partir das teorias de justiça apresentadas por alguns autores, bem como, especialmente no aspecto da justiça como equidade e na proposta de um modelo de justiça ancorado nos fundamentos primários da sociedade, desenvolver ideias sobre o que é o certo (os princípios de justiça) que acreditam dever estar presentes nas instituições, uma vez que seriam elas as intermediárias entre as pessoas na vida social. O conceito de justiça parece ser universal, pois tem sido utilizado em todos os campos, mas será que sempre é o certo? Essa elaboração, sem qualquer pretensão política, pretende ser uma luz no verdadeiro sentido da justiça no contexto da missão da Igreja como mãe e educadora sem exclusão, seguindo os passos de Jesus, seu Mestre e Salvador de muitos, respeitando a liberdade humana, mas fazendo parte dela sobretudo com os Corpos Sociais ou Comunidades Intermediárias. Veremos isso com a CF da CNBB.